23/10/2017
O novo topo de gama da Audi é um candidato ao carro com mais tecnologia a bordo. Está, inclusivamente, preparado para condução autónoma de nível 3. Chega em janeiro com um preço base acima dos 100 mil euros.
Ainda não anda completamente sozinho,mas só porque a legislação não o permite». Foi uma das frases iniciais da apresentação do novo Audi A8 à comunicação social portuguesa. Em termos de tecnologia, a Audi equipou o topo de gama da marca com uma grande variedade de sensores (radares, lasers, ultrassons e câmaras) para identificar tudo o que se passa em redor do carro. De tal modo que a marca alemã anuncia que a tecnologia tem capacidade para condução de nível 3, que se pode considerar o primeiro nível da condução autónoma, apesar de exigir que o condutor intervenha caso o sistema o requisite – os níveis 1 e 2 são de assistência e automação parcial. No entanto, a lei ainda não permite que este nível de condução seja utilizado, razão pela qual o nível 3 não pode ser ativado no A8. Ainda assim, o A8 pode assumir a condução em autoestrada e vias rápidas – sempre que haja separador central – e em situações de trânsito intenso. Mas o condutor tem estar sempre disponível para intervir. E, é claro, toda a tecnologia existente é utilizada para oferecer um elevado nível de assistência à condução e melhorar os sistemas dinâmicos de segurança.
Por exemplo, no novo A8, carros, ciclistas e peões são identificados a uma distância considerável mesmo quando se aproximem lateralmente graças ao grande ângulo de deteção dos sensores mencionados. Há também sensores traseiros e laterais para evitar acidentes em diferentes tipos de manobras, como em saída de estacionamentos. Além de alertas, o carro é capaz de travar em todas estas situações para evitar acidentes.
Os sensores são também utilizados para “mapear” o estado da estrada e alterar, dinamicamente, a suspensão em velocidades até 85 km/h. Atenção que a tecnologia de controlo da suspensão está disponível de modo independente para cada uma das rodas. Chega ao ponto de o carro conseguir levantar um dos lados se detetar que um veículo vai chocar lateralmente, expondo assim a zona de maior resistência ao choque para diminuir as consequências sobre os tripulantes. Neste aspeto, destaque ainda para o aumento do número de airbags – há até airbags na zona central para evitar choques entre passageiros.
Ecrãs táteis hápticos
A aposta na tecnologia é ainda mais evidente no interior. Além do ecrã digital generoso, que substitui os mostradores tradicionais e que já conhecíamos de outros modelos da marca, há outros dois ecrãs no centro. E é aqui que estão as maiores novidades. O ecrã principal de oito polegadas tem tecnologia háptica para que o condutor sinta quando está a tocar e pressionar os botões virtuais. Deste modo, garantem os responsáveis da Audi, o condutor desvia menos os olhos da estrada, o que é bom para a segurança. Os botões de atalho para as funções mais usadas, situados ao lado do ecrã, são também virtuais e táteis e podem ser personalizados, o que significa que o condutor – ou condutores porque o sistema suporta perfis – pode definir quais as funções a que pode aceder diretamente.
Mais inovador ainda é o segundo ecrã de 5,8” colocado abaixo do ecrã tátil, normalmente na zona onde se controla a climatização ou o ar condicionado. Também este ecrã pode ser personalizado ao gosto do condutor.
Como seria de esperar, a integração com smartphones foi melhorada e estes aparelhos até podem funcionar como chave do carro. Esta chave digital pode ser partilhada entre utilizadores como, por exemplo, membros da família.
Mais elétrico
Segundo a Audi, o novo A8 é o primeiro passo da marca para uma nova assente em três pilares de desenvolvimento: conectividade, sobretudo entre os utilizadores e o carro, automação e eletrificação. Já mencionámos tecnologias que fazem parte dos dois primeiros, faltando apenas a eletrificação. A Audi prevê comercializar uma versão e-tron (híbrido plug-in), mas no início, em janeiro, o novo A8 só vai estar disponível nas versões com motores 3 litros a gasolina e gasóleo (340 e 286 cavalos, respetivamente). No entanto, todos os A8 vão ser parcialmente eletrificados graças ao sistema mild hybrid de 48 volts. Uma arquitetura que permite melhorar o funcionamento do modo start/stop (desligar o motor de combustão quando o carro está parado) e até desligar o motor de combustão durante alguns segundos quando o carro está embalado. Segundo a Audi, este sistema permite reduzir o consumo em cerca de 0,7 litros aos 100 km.